No dia dos pais, abra a melhor cerveja

Minha primeira experiência com cerveja foi na adolescência. Meu pai me deu um pequeno gole (bem menores que aqueles que a gente recebe pra degustar em evento de cervejas) para provar. Minha reação foi uma careta e voltei para o meu refrigerante. A mudança era muito brusca naquele momento.

A cerveja provavelmente era uma Brahma ou Antártica, meu pai consumia apenas essas duas. E sempre vasculhava as tampinhas em busca da cidade onde foi fabricada, pois a cerveja de Agudos era melhor, segundo ele. Esse era o tipo de coisa que tinha para se preocupar naquela época em relação à uma cerveja. A diversidade ficava entre as tradicionais, Malzbier ou Caracú. Heineken? Acho que ele não chegou conhecer.

Com o tempo, já adulto, voltei a provar cerveja, dessa vez com amigos. A segunda vez foi aceitável, e a partir daí as coisas foram evoluindo e entrei no mundo cervejeiro de vez.

Nesse mesmo período meu pai recebeu convite de trabalho em outro estado e se mudou para lá. Só tive a oportunidade de beber cerveja com ele apenas uma vez em toda a vida, foi quando viajei até a cidade onde ele trabalhava. E nunca mais. Foram tantas as conversas em que combinavamos sair pra tomar uma cerveja. O que nunca aconteceu.

O destino impediu precocemente que ele pudesse acompanhar as minhas experiências pelo mundo da cerveja com o Boteco & Cerveja. Coisas que nunca pude saber se o deixariam orgulhoso já que meu pai gostava muito de cerveja. Ele tentava tirar o melhor da bebida de todas as maneiras possíveis naquela época, como verificando em que lugar foi fabricada ou quando comprou aquela chopeira que era vendida na TV, onde você colocava a cerveja, gelo em volta da serpentina e bombeava ar para dentro. Nunca achei que aquilo funcionasse, a serpentina vivia congelando a bebida e travando a saída da cerveja, mas ele sempre usava nas festas mesmo assim. E todos os meus tios ficavam em volta da novidade.

Hoje tenho muito acesso as cervejas e não posso dividir com ele, mas tenho certeza que adoraríamos ter esses momentos.

No Dia dos Pais (e nos outro também), escolha aquela cerveja diferente e especial, dê a honra do seu pai abrir. Se ele ainda não conhece estilos de cervejas, leia sobre a escolhida, conte para ele, explique sobre o estilo, a história e porque é diferente. Tenha esse momento que parece tão natural, mas que se você parar pra pensar, é único.

Puggina

Paulistano, atua como Consultor na área de TI e bacharelado em Administração com ênfase em Marketing.

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